Werewolf Thomas William

Werewolf Description

Naquela noite fria do século XIV, quando as florestas ainda guardavam mais segredos do que os homens ousavam imaginar, Thomas William, um jovem camponês de apenas vinte anos, caminhava sozinho pela trilha que levava ao vilarejo.

O luar era pleno, e a neblina rasteira cobria o solo como um véu. Thomas sempre fora conhecido como um rapaz de coração bondoso, trabalhador nas terras de seu senhor feudal, mas também curioso demais. Essa curiosidade o havia levado, certa noite, a se aventurar até os limites da floresta proibida — um lugar que os anciões diziam ser amaldiçoado.

Ali, ele escutou o uivo que rasgava a noite. O som parecia vir de todas as direções, e antes que pudesse reagir, um vulto colossal saltou sobre ele. Sentiu as garras abrirem sua carne e, em seguida, a mordida dilacerante que mudou para sempre sua existência.

Thomas acordou dias depois, febril, em sua própria casa. A mãe lhe dizia que era um milagre ainda estar vivo. Mas dentro dele, algo rugia, uma fome estranha e um ódio primitivo contra o silêncio da noite.

Na primeira lua cheia seguinte, a transformação o dominou. Seu corpo se contorceu, ossos quebraram e se rearranjaram, sua pele se rasgou para dar lugar ao pelo escuro e aos músculos descomunais. A dor era insuportável, mas junto dela vinha uma sensação inebriante de poder, como se a floresta inteira estivesse ao seu alcance.

Ele correu sob as árvores, mais veloz que qualquer cervo, e caçou com uma ferocidade que nunca imaginara possuir. Mas, ao retornar à forma humana, coberto de sangue que não sabia dizer se era de animal ou de homem, Thomas sentiu o peso da maldição.

A cada lua, a fera dentro dele clamava por liberdade. O jovem se dividia entre o desejo de proteger aqueles que amava e o instinto que o empurrava à destruição. No vilarejo, começaram a circular rumores de uma besta que rondava as redondezas, despedaçando o gado e espalhando terror.

Thomas vivia em tormento. Passava os dias escondendo cicatrizes, o olhar cada vez mais sombrio, e as noites temendo a chegada da lua cheia. Ele sabia que não poderia confiar em ninguém — a Inquisição já rondava a região, pronta para caçar qualquer sinal de heresia ou criatura das trevas.

Assim, sua vida se tornou uma batalha secreta: um homem preso entre duas naturezas, condenado a vagar nas sombras do século XIV como um monstro que nunca escolheu ser.

E ainda hoje, contam os anciãos que, quando a lua se ergue cheia sobre as florestas medievais, o uivo de Thomas William ecoa, lembrando a todos que nem toda maldição pode ser apagada pelo tempo.

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